Eleanor Rigby é uma das faixas mais curiosas e misteriosas do álbum Revolver, lançado em 1966, da banda de rock inglesa The Beatles. Composta por Paul McCartney, há muitas especulações sobre a tal Eleanor Rigby, se seria uma mulher que realmente existiu, ou apenas uma história mirabolante contada pela mente criativa dos Beatles.
Para começo de conversa, o início aconteceu como tantas canções de Paul, a melodia e o primeiro verso de Eleanor Rigby lhe surgiram enquanto estava tocando piano. Ao se perguntar que tipo de pessoa cataria arroz numa igreja onde um casamento ocorrera, ele acabara escolhendo o nome de sua personagem como, Miss Daisy Hawkins, pois era um nome que se encaixava na métrica da música.
Paul começou imaginando Daisy como uma jovem, mas logo se deu conta de que uma pessoa que limpa o chão após casamentos, provavelmente, seria mais velha. Especulou que, se era mais velha, poderia ser uma solteirona, e a igreja vazia se tornou uma metáfora para as suas oportunidades de casamento perdidas. Ele passou a se basear em suas lembranças de pessoas idosas que conhecera e ouvira em sua infância em Liverpool. Contudo, ele não estava completamente satisfeito com o nome Miss Daisy Hawkins.
Paul sempre disse ter chego ao nome Eleanor por causa de Eleanor Bron, atriz principal do filme da banda chamado Help! Contudo, para o compositor Lionel Bart, a escolha fora inspirada por um túmulo no cemitério de Putney Vale, em Londres, pelo qual passaram juntos certa tarde, “O nome na lápide era Eleanor Bygraves”, disse o compositor. “Paul achou que tinha a ver. Ele voltou para o meu escritório e começou a tocá-la”.
Mais tarde, depois de muitas especulações do público, foi descoberto no pátio da igreja da paróquia de São Pedro, que há uma lápide em um cemitério em Woolton, Liverpool, que houve a existência de uma “Eleanor Rigby”. Nas proximidades, também há um túmulo com o nome “McKenzie”. As coincidências não pararam! A poucos passos do local, foi aonde John e Paul se conheceram na festa anual de verão da igreja, em 1957.
Na época dos Beatles, os dois costumavam andar pelo cemitério, e, no documentário Anthology, Paul conta: “Juro que pensei que eu havia inventado o nome Eleanor Rigby. Mas, parece que no cemitério de Woolton, onde eu costumava ir muito com John, havia uma lápide para Eleanor Rigby. Aparentemente, a alguns metros à direita, também havia alguém chamado McKenzie”. Segundo fontes, a verdadeira Eleanor Rigby faleceu em 10 de outubro de 1939 (um ano antes do nascimento de Lennon). Embora McCartney não tenha direcionado a canção para Rigby, o túmulo agora é mundialmente famoso.
Voltando no tempo, ao longo do processo da música, Paul escolheu “Rigby”, pois estranhamente ele passou por uma importadora de vinhos chamada Rigby & Evens Ltd. Rigby era o sobrenome de duas sílabas que buscava para combinar com Eleanor. Enfim, a canção foi concluída em Kenwood quando John, George e Ringo ouviram e deram suas contribuições para incrementar a música. Um deles imaginou um senhor que mexia em latas de lixo, com quem Eleanor Rigby poderia ter um romance, mas no final escolheram um padre. Ringo sugeriu que ele poderia costurar as próprias meias. George propôs um verso sobre “pessoas solitárias”. A banda pensou em nomear o padre como McCartney. Contudo, Paul pensou que o público poderia associar a alguma referência ao pai dele, até que abriram uma lista telefônica local e McKenzie foi o nome escolhido.
A canção Eleanor Rigby permanece com seu legado como uma das músicas mais distintas dos Beatles, com sua história e reflexão das pessoas mais velhas e de como lidam com a tal solidão, e como muitos há encaram com olhos de rejeição e se fazem a pergunta em meio a seus versos:
“Todas as pessoas solitárias
De onde elas todas vêm?
Ah, olhe todas essas pessoas solitárias
Ah, olhe todas essas pessoas solitárias”
Eleanor Rigby – The Beatles
Em dezembro de 1982 na cidade de Liverpool, foi esculpida uma estátua de uma idosa solitária em homenagem à canção.