EMICIDA DEIXA ESPAÇO UNIMED PEQUENO COM TAMANHA GRANDEZA DE AMARELO

Emicida no Espaço Unimed | Crédito: @espacounimed

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Catártico. Eu poderia descrever o show do Emicida no dia 20 de janeiro com apenas uma palavra. Mas usar somente uma das palavras mais hypadas, no meu conceito, seria desonesto para descrever a imensidão do que aconteceu no Espaço Unimed na última sexta-feira.

A espera pela volta da turnê ‘AmarElo‘ foi longa, a pandemia nos afastou dessa experiência de celebração coletiva que foi retomada aos poucos desde o ano passado. E enfim, a apresentação em São Paulo foi confirmada com ingressos esgotados em apenas 9 horas.  

Acredito que o apego com o trabalho do Emicida, se resume a uma experiência pessoal para cada pessoa. Lançado meses antes da pandemia, o projeto se tornou um suporte, um abraço emocional e a certeza que quando todo o caos passasse, poderíamos celebrar todos juntos novamente. Porém na última sexta-feira, não celebramos um show, vivenciamos um acontecimento. 

Emicida no Espaço Unimed | Crédito: @espacounimed
Emicida no Espaço Unimed | Crédito: @espacounimed

A ansiedade pela entrada do Rapper era perceptível ao olhar de todos ao redor. Até que às 22:14 as luzes se apagam, a ansiedade toma conta do espaço e gritos ecoam. Enfim, o momento chegou. 

Iniciam as projeções nos telões, a história de Leandro começa a ser contatado pela voz de sua mãe, dona Jacira. As luzes gritam e quem está no centro do palco é Emicida. 

Como se todos recuperassem o fôlego, os primeiros versos de “É tudo pra ontem” tomaram conta do lugar. E enquanto somos embalados pelo refrão – Viver é partir, voltar e repartir – não imaginávamos que iríamos partilhar de uma noite de celebração das gerações da cena do Rap Nacional.

Um acontecimento possui participações especiais

No meio dessa atmosfera somos surpreendidos por Emicida chamando ao palco o grande Rappin Hood. ‘Suburbano’ foi cantada e um ar de nostalgia tomou conta do lugar. 

Rappin Hood e Emicida no Espaço Unimed | Crédito: @espacounimed
Rappin Hood e Emicida no Espaço Unimed | Crédito: @espacounimed


Em ‘9nha’, novamente somos surpreendidos, mas dessa vez com a presença de Drika Barbosa, cantando o que se tornou a love song da noite. A partir desse momento, estávamos entendendo que as surpresas seriam ilimitadas naquela noite. A cada faixa era uma expectativa diferente e todas foram atendidas com sucesso e até para além do que esperávamos. 

Nos minutos seguintes, somos levados a mais algumas ondas de nostalgia. Rashid entra no palco para dividir os vocais com Emicida em ‘Pipa voada‘. O momento antecedeu uma das participações mais inesperadas da noite, observei olhos arregalados ao meu redor e a certeza de que estava vivenciando algo único com todos na plateia. Então, Projota foi chamado ao palco e se juntou a dupla para ‘Nova ordem‘, parceria dos rappers de 2011.   

Mais uma surpresa nos aguardava e a entrada de Karol Conká nos devolvia a euforia daquele momento. ‘Todos os olhos em nóiz‘ se tornou um coro coletivo no refrão guiado pelo vocal icônico de Mamacita. 


Zica vai lá‘, outro hit com mais de 10 anos, trouxe ao palco Fióti, irmão do Emicida, para dividir as rimas e o refrão tão nostálgico. ‘Mandume‘ chegou com os dois pés do peito trazendo Drika Barbosa novamente ao palco, mas dessa vez acompanhada de Amiri, Muzzike e Raphão Alaafin

Em ‘Selvagem‘ as minas dominaram o palco, representando o Rap Nacional feito por Dory de Oliveira, Souto Mc, Stefanie e novamente Drik Barbosa. A bandeira com um arco-íris se destacou no palco, uma lembrança de que naquele espaço todos são bem-vindos. 

Por fim, e não menos importante, muito pelo contrário. Fechando as participações, Emicida chama ao palco Doctor Mcs, pioneiros do Hip Hop brasileiro, da zona leste de São Paulo. ‘Tik Tak‘, nos leva à realidade do final dos anos 80, uma experiência de pura nostalgia, juntando diversas gerações do Rap Nacional em um momento de reconhecimento a aqueles que deram os primeiros passos.

Doctor Mcs | Crédito: @espacounimed
Doctor Mcs | Crédito: @espacounimed


O que Emicida tornou num acontecimento ainda reuniu as principais faixas de ‘AmarElo

‘Pequenas Alegrias da vida Adulta’, ‘A ordem natural das Coisas’, ‘Principia’, ‘Amarelo’ e ‘Ismália’ que foi interpretada pelo vocal poderoso de Thiago Jamelão, não ficaram de fora da setlist da noite. Já ‘Hoje Cedo’ foi cantada pela guitarrista Michele Cordeiro. A set ainda contou com ‘Levanta e anda‘, ‘Gueto‘, A chapa é quente‘, entre outras.

O acontecimento que foi esse show, certamente ficará marcado em um lugar muito especial para todos que partilharam daquele momento em que o próprio Emicida classificou como o melhor show de sua vida. Sem dúvidas ele não foi o único que teve esse sentimento, pois absolutamente, foi o melhor show da minha minha vida. 

Ouça AmarElo!
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